Equipe: um trabalho em grupo

O trabalho em grupo proporciona, a quem participa, uma série de experiências e aprendizagem que ajuda o indivíduo a sair de si mesmo e colocá-lo frente ao outro. Dependendo do clima de aceitação do grupo, cada participante pode experimentar pessoalmente: 

  • Novos níveis de consciência de si mesmo e da presença do outro;
  • Esquemas mais adequados para perceber a si mesmo e os outros;
  • Mais flexibilidade para se expressar  e se comunicar com o outro.

Estas aprendizagens ocorrem por etapas e dependem da disponibilidade de participações de cada pessoa envolvida no processo, inclusive da participação dos responsáveis pelo grupo.

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Podemos classificar estes momentos em cinco etapas:

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A primeira etapa a ser transposta na aprendizagem da autenticidade é rever a imagem que cada um tem de si próprio. As dificuldades de comunicação acontecem devido às distorções de imagem que alguém tem de si mesmo e a imagem que os outros têm dele. 

Um clima de liberdade de expressão no grupo permite aos participantes questionar a imagem  de si e tomar consciência da imagem que apresenta aos outros. É um exercício de se revelar ao grupo de forma autêntica e verdadeira, mas ainda com certa reserva.

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A segunda etapa, é a aprendizagem de quem deseja ter relações mais autênticas, é aprender a perceber o outro. O grupo que permite maior interação entre as pessoas pode cativar-se sem medo, transformando as relações entre eles gradualmente, baseando-se cada vez mais em comunicação pessoa-pessoa.

Este é o momento de aprender a passar do impessoal para o pessoal, aprender a olhar para o outro como ser único em todos os sentidos. Esta percepção passa a ser observada na forma como um se relaciona com o outro. A relação torna-se profunda, verdadeira e espontânea.

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A terceira etapa é a aprendizagem da transparência. Ela é uma atitude adquirida e pode ser definida como uma abertura espontânea ao outro, onde tudo o que é pensado e sentido pode ser verbalizado. Para que isto aconteça é necessário libertar-se de preconceitos. Quem não aprender a se desembaraçar dos seus disfarces e artifícios nas relações, não consegue ser transparente. Na transparência a comunicação não tem interferências, há sintonia.

A aprendizagem da transparência não significa exprimir tudo o que pensa e sente para qualquer um, mas respeitar o momento do outro e a permissão que ele oferece para esta abertura. 

É também saber praticar a expressão com respeito pelo outro e a si mesmo em relação aos seus segredos; aprender a privilegiar relações com algumas pessoas com quem sente mais afinidade e sintonia. Assim, estabelecer graus de transparência, ou níveis de intimidade permitidos por você mesmo.

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A quarta etapa é aprender a livrar-se dos seus estereótipos e preconceitos a respeito do outro. A transparência torna possível a empatia. Ela é mais que simpatia. A simpatia permite ao ser humano dividir dores e alegrias que já experimentou e sentiu. A empatia é mais profunda, exige que o ser humano tenha se tornado capaz de se colocar totalmente no lugar do outro, ser capaz de pensar o que ele pensa, sentir o que ele sentiu na totalidade. Poder colocar-se no lugar do outro possibilita perceber exatamente como o outro percebe.

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A última etapa, desse processo de aprender a ser autêntico é, a aceitação incondicional do outro. Para aprender a se colocar no lugar do outro, o indivíduo deve ter aprendido primeiro a aceitar a si próprio sem reservas, sem ressentimentos, portanto, de um modo positivo. Aí ele estará pronto para aceitar incondicionalmente o outro com tudo o que ele faz. Aceitação incondicional não significa aprovação incondicional, mas consiste em:

  • Aceitar cada ser humano como único em seus desejos, aspirações e capacidades;
  • Aceitar cada ser humano com seus ritmos próprios e modos próprios.

Isto torna possível não só aceitar o outro como ele é, mas perceber o que cada um traz em si como possibilidade de crescimento, respeitando os caminhos de cada um.

O trabalho em grupo, em equipe, trata-se de um processo de aprendizagem cujos momentos não ocorrem necessariamente em uma ordem cronológica determinada, mas depende basicamente da disponibilidade de cada um para que a aprendizagem ocorra.

Léa Marcondes

Terapeuta especialista em Transição Cultural. Ajuda pessoas e famílias a se prepararem emocionalmente para uma mudança de país, ajustando o seu projeto de vida aos novos desafios. Também as acompanha para que enfrentem de forma mais saudável as adaptações na nova cultura, evitando que fiquem confusas, perdidas ou em depressão neste momento tão importante de suas vidas.

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